Aventuras na prática da modalidade de Kitesurf

Um espaço dedicado às minhas aventuras relacionadas com este desporto...

sábado, 13 de março de 2010

Um dia daqueles....


Acordei com um raio de sol a cintilar no meu olho direito. Eram 10 horas, pois é Sábado! Tenho-o como um dia de descanso tal como o Domingo é dia para a família. Abri a persiana e consequentemente a janela, estava uma temperatura agradável para uma manhã de Março. De imediato fui consultar o "Guru dos Ventos" (windguru), a coisa prometia lá para os lados de Esposende: 13 nós e vento de Norte! Partilhei a informação com a minha mulher que de imediato sugeriu que levasse os miúdos para poderem "espraiar".


- Meninos querem ir para Ofir?!

Resposta óbvia: QUEREMOS!!!


Preparamos o material de kitesurf e de bodyboard e pusemo-nos a abrir para Esposende, mais concretamente para a praia de Ofir. Quando nos aproximamos da praia o vento fazia-se ouvir. Saí do carro para averiguar o estado do mar e, claramente, do vento. O mar prometia, ondas relativamente baixas, bastantes carneirinhos no mar, pelo que de acordo com a escala de Beaufort deveriam estar entre 25 a 35 nós. A areia percorria junto à praia a grande velocidade, à velocidade do vento...

Entrei no carro a bater o dente. Falei com os meus filhos Joana e Guilherme explicando o estado do tempo e que provavelmente não poderiam ir ao mar... Não ficaram desanimados. A Joana decidiu ficar pelo carro a ouvir música e a estudar. O Guilherme optou por ir comigo, montar a tenda "two seconds" num local abrigado pelas dunas e ler um livro ao som de um musicol do "mp4", enquanto eu me preparava. Coloquei a asa (kite) no ar e constatei que a coisa estava para homens de barba rija. Não desanimei e entrei pelo mar dentro com aquele verdadeiro espírito de aventura: bora lá!

Após umas não-sei-quantas cambalhotas e mais umas peripécias lá consegui velejar por uma boa distancia. Mas não demorou muito o vento começou a soprar demasiadamente, a asa caiu subitamente na água embrulhando-se nas linhas e a coisa complicou-se... de imediato accionei os sistemas de segurança e vim a nado para terra, ficando a asa no mar ao sabor do vento...

O Guilherme e a Joana já se encontravam no mar, pois não demoraram muito a conseguir lidar com a impaciência de estar ao lado do mar com tudo que é necessário e não praticar bodyboard. "Pergunta ao cego se quer ver..." Preocupados por me verem sem a asa contei-lhes o sucedido e fui descendo a praia acompanhando a asa. Por perto já se encontrava um praticante com a intenção de ajudar a com diversas tentativas de trazê-la para terra - pois de facto nesta modalidade existe um espírito de entre-ajuda muito invulgar noutras modalidades. Frustrado veio ter comigo e contou-me que as linhas estavam bastante enroladas e que pouco havia a fazer senão esperar que o mar me devolvesse a minha querida asa, da Best, modelo Waroo 9, respectivas linhas e a barra.

Não demorou muito e a asa foi embater, contrariando as minhas expectativas, contra a barra enrolando-se em volta das rochas... Enrolei-o e meti-me a caminho de volta para o carro com um óbvio sorriso nos lábios comentei com o colega que me tinha tentado ajudar que já não vinha ao mar desde Outubro... e é assim, quem anda por gosto não se cansa!...








Marco de Canaveses
Sábado, 13 de Março de 2010.

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